domingo, outubro 25, 2015

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

No comboio Lisboa-Porto, um leitor lia "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley.

No comboio Porto-Lisboa, uma leitora lia "A Estrada", de Cormac McCarthy.

A história da rede ferroviária e a história das leituras em lugares públicos sempre tiveram múltiplos pontos de contacto.

sexta-feira, outubro 23, 2015

NÓTULAS POLÍTICAS EM TEMPOS BASTANTE INTERESSANTES

Durante estes últimos dias, em que assistimos a sucessivas rondas de negociações, mais ou menos sinceras, entre os partidos, com vista à formação do governo, não consegui sacudir esta sensação: pareceu-me que todos estes esforços, afã e declarações visavam mais o médio prazo do que o imediato, e que a grande preocupação de todos era a de estarem em condições de reclamar o estatuto de vítima e de transmitirem a impressão de que foram eles os únicos a procurar soluções com sinceridade. O horizonte temporal é o das próximas eleições, que poucos acreditam não irem ocorrer em breve.

AMANHÃ

Amanhã, sábado, na Fnac de Santa Catarina (Porto), a partir das 17 horas, o Jorge Palinhos e eu próprio iremos conversar sobre o meu livro de contos "Quartos Alugados".

Há que aproveitar estas simpáticas ocasiões sociais e literárias, enquanto não chega o caos político, social e financeiro que se prepara para submergir Portugal, qual tsunami.

terça-feira, outubro 20, 2015

NÓTULAS POLÍTICAS EM TEMPOS BASTANTE INTERESSANTES

Uma epidemia de clarividência radical grassa pelo país e poucos são os actores polítcos e fazedores de opinião que lhe são imunes. De repente, todos sabem com absoluta certeza quais as intenções de cada eleitor quando ele ou ela depositou o seu voto, no passado dia 4. O impudor com que tiram as suas ilacções enviesadas a partir dessa certeza é um sintoma muito comum desta epidemia.

terça-feira, outubro 13, 2015

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Na plateia do São Jorge, em plena Festa do Cinema Francês, um leitor lia "O Cónego", de A.M. Pires Cabral.

O prazer da leitura antes do cinema é um dos prazeres mais subestimados. Pena é que nem sempre a iluminação da sala colabore.

sábado, outubro 10, 2015

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Na linha verde do metropolitano, uma leitora lia "Auto-de-Fé", de Elias Canetti.

Os leitores e as leituras da linha verde não cessam de nos surpreender, e a nossa fasquia nem é das mais modestas.

quarta-feira, outubro 07, 2015

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Num voo Londres-Lisboa, um leitor lia as "Vinte Mil Léguas Submarinas", de Verne. (Se viajasse de barco, será que leria as "Cinco Semanas em Balão"?)

Numa fila para a caixa de pagamento do Lidl, um outro leitor lia a biografia de Álvaro Cunhal.

Tempos estranhos, leituras originais, locais públicos invulgares!

terça-feira, outubro 06, 2015

CHANTAL AKERMAN (1950-2015)

Poucos realizadores conseguiram equilibrar com sucesso a proximidade com o grande público e a ousadia formal. Até ao fim, Chantal Akerman foi uma criadora fascinante e inesperada. Estou desolado com a notícia do seu desaparecimento.

Stanislas Merhar e Sylvie Testud em "La Captive" (2000)

segunda-feira, outubro 05, 2015

VIVA SÃO PLÁCIDO, QUERO DIZER, VIVA A REPÚBLICA!!!

O meu calendário de secretária diz que hoje é dia de São Plácido e omite qualquer referência à República. O 5 de Outubro deixou de ser feriado graças ao capricho de um governo sem espinha dorsal, e sem outra justificação do que o ridículo "temos demasiados feriados". Nos dois últimos anos, o facto de esta data calhar a um fim-de-semana ajudou a mitigar a impressão de ignomínia. Hoje, tudo se conjugou: a primeira vez que eu (e muitos outros milhares de compatriotas) trabalhei num 5 de Outubro; o dia seguinte às eleições em que os responsáveis pelo acto se saíram muito melhor do que ousavam esperar há alguns meses; a ausência das comemorações por parte de um presidente da República que parece incapaz de concluir o seu mandato com um mínimo de verticalidade e de respeito pela história do país. E o tempo: chuva intensa e vento, como se os elementos fossem os únicos capazes ainda de se revoltarem.

Viva o vento.

Viva a chuva.

VIVA A REPÚBLICA!

(Muito me espantará que este dia não seja feriado em 2016. Sem desprimor para São Plácido, discípulo de São Bento e patrono da cidade de Messina.)