segunda-feira, março 21, 2005

MITOS URBANOS (2): "Um relógio de pulso deixado em cima do frigorífico avaria-se instantaneamente." Como propagar esta advertência desprovida de fundamento? Como fazê-lo brilhando de Graça e Virtude, agradável aos olhos alheios e aos juízos, na cidade em que a multidão se demora nas ruas subitamente interessada nas evoluções da fauna alada?
MAS FICA A PROMESSA: Cada gato perdido vale um soneto. Dos já antigos. Pejados de ternura e de garras retrácteis.
QUERER SEM PODER: A vontade é muita, mas as ocasiões para postar têm sido mais do que escassas. A conspiração das Forças do Mal ganha peso, e o resultado está à vista. Com mágoa, não posso prometer ser mais assíduo nos próximos dias. Tende compaixão de mim, bloggers dotados de ADSLs de corridas, agraciados com a possibilidade de postar às 4 da manhã no recato do lar se a isso vos conduzir a vontade!

quinta-feira, março 10, 2005

PARCIMÓNIA COM JUSTA CAUSA: Devido a uma situação de acesso à Internet transientemente precária, os próximos tempos serão mais parcos em posts do que o habitual.
VERSOS PORQUE SIM: ENVELHECER Antes, todos os caminhos iam. Agora todos os caminhos vêm. A casa é acolhedora, os livros poucos. E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas. (Mário Quintana, in "Poesia Brasileira do século XX", Antígona.)
DECÊNCIA: Ludwig Wittgenstein afirmava ambicionar, antes de tudo o mais, viver uma vida decente. Hoje em dia, tal desiderato parecerá ridiculamente simples a alguns, absurdamente inalcançável a outros. Não é outro o drama da nossa época.

quarta-feira, março 09, 2005

VEZ SEM EXEMPLO: Se eu fosse dado a posts umbiguistas, dir-vos-ia que, por incrível que pareça, há agora uma cidade cujo nome começa por "P", que não é Paris, e onde eu gostaria de estar mais do que em qualquer outro lugar. (Upsss!...)
PENSAMENTOS: Segundo Pascal, Deus ocultar-se-ia apenas o suficiente para que aqueles que o procurassem com sinceridade pudessem encontrá-lo. Pode ser que este estratagema ajude a explicar a eterna incapacidade dos homens para se saciarem de símbolos e revelações. Uma cidade como Lisboa, visto não ter obrigações de demiurgo nem ter firmado alianças com povos escolhidos, desobriga-se desse dever de visibilidade. E o mais cruel é que pode nem sequer haver o que revelar. Pode dar-se que, entre paredes maciças e encardidas da baixa pombalina, entre roufenhos vendedores de castanhas e a ocasional gaivota, tudo se resuma a páginas de Apollinaire manchadas de sumo de romã, e ao magnífico choro da solidão.
ESCONDIDO: «Vere tu es Deus absconditus.», «Em verdade tu és o Deus oculto.» (Isaías, 45,15). Citado por Blaise Pascal ("Pensées").
HOMO LINKENS: A Klepsýdra e a Linha dos Nodos, 2 blogs porreiros como já não se fazem, também nos dirigiram simpáticas menções, razão pela qual os nossos corações transbordam gratidão em copiosos caudais verde vivo.

terça-feira, março 08, 2005

OS INFORTÚNIOS DA HAGIOGRAFIA: Afinal de contas, em que data foi inaugurada a estátua do Doutor Sousa Martins? Tratar-se-á de uma confusão lançada deliberadamente pelos discípulos do Divino Doutor, no intuito de desnortear os falsos seguidores, e distinguir destes os Autênticos Seguidores? Ou terá sido este um exemplo de inauguração eleitoralista? Terá o rei D. Carlos inaugurado a estátua antes de esta estar pronta? Temeria ele o veredicto das urnas? PS: Gemedura e panela rachada?
QUE TAL UMA GEMINAÇÃOZINHA?: A Memória Inventada e a Voz do Deserto fizeram anos por estes dias, e estão, assim sendo, de parabéns. Somos quase gémeos. Pergunto-me se o zodíaco reservou algum destino especial para os blogs nascidos entre o início e os idos de Março de 2003. (Nota mental, elaborar uma lista de aniversários, para minimizar as hipóteses de me esquecer de saudar blogs amigos que cumpram mais um elíptico périplo terrestre em torno do sol, afixar a lista em paredes, frigoríficos, agendas e costas de mão.)
GALHARDETIBUS TROCARIBUS BLOGEI AMICI: Aos nossos confrades, Almocreve das Petas, Memória Inventada e Welcome to Elsinore, temos também a agradecer amáveis menções por ocasião da nossa entrada no terceiro ano de blogosfera. Obrigado, e possam os vossos posts continuar a brotar céleres e inspirados como de costume.

domingo, março 06, 2005

CLASSIFICADOS: O anúncio do senhor padre Serras Pereira, negando a comunhão às ovelhas que incorressem num extenso rol de alegados crimes contra a vida, levantou grande e justificado burburinho. Não vou comentar, até porque o disparate da iniciativa é tal que se critica e parodia a si mesma. O combate pela laicidade joga-se a outro nível. Este arremedo não passou de uma diversão, inegavelmente burlesca, mas apenas marginalmente relevante. Interessa-me mais cotejar este anúncio com um outro, que, colocado pela Marquesa de O... nos jornais locais de M..., marca o início da famosa novela de Kleist. Nesse anúncio, recorde-se, a Marquesa fazia saber que tinha engravidado, e que desposaria o pai da criança se este se apresentasse. Os propósitos virtuosos são tão louváveis como os do senhor padre Serras Pereira, mas valha a verdade que as semelhanças entre estes dois anúncios classificados, separados por mais de dois séculos, se ficam por aí. Tratou-se de uma associação forçada, mas que serve para agradecer a menção que o Quartzo, Feldspato e Mica fez ao segundo aniversário deste blog. (E fica também a nossa gratidão para o BdE, Digitalis, Epicentro, Last Tapes e Seta Despedida, e para outros que tenham escapado à minha vigilância e às malhas do Technorati.)
CINEMA: "Les Temps Qui Changent", de André Téchiné. Este filme retoma muitos dos temas centrais da obra de Téchiné: o exílio, a desambientação cultural, as derivas emocionais, as relações familiares, os atritos entre gerações, a homossexualidade. Se as linhas fortes são conhecidas, a maneira como este antigo crítico dos "Cahiers du Cinéma" as explora em "Les Temps Qui Changent" é particularmente subtil e dinâmica. Téchiné consegue o feito de, no seio de uma teia de personagens e relações de força típicas de um filme seu, introduzir um elemento de heterogeneidade que serve ao mesmo tempo de contraponto e de potenciador dos conflitos latentes. Falo da personagem Gérard Depardieu, Antoine, engenheiro francês em missão em Marrocos, habitado pela ideia fixa de reconquistar o primeiro amor da sua vida, Cécile (Catherine Deneuve). O propósito de Antoine é ao mesmo tempo simples e eminentemente escandaloso. Não tem nada a seu favor, não avança com argumentos, mal se atreve a suplicar. Limita-se a estar lá: maciço, insistente, senhor de uma melancolia distante e (muito vagamente) lunática. Recorre à feitiçaria, mas mais como quem admite serenamente os limites da lógica e da persuasão. Acredita, contudo.
Na história do cinema, não é raro que o escândalo surja sob roupagens modestas e banais: relembre-se Terence Stamp no "Teorema", de Pasolini, anjo imaculado que irrompe no ambiente de uma família italiana com a naturalidade de uma visita de circunstância. Em "Les Temps Qui Changent", o escândalo é um corpo (Antoine, de fato e gravata, tenso e desajeitado), e um modo de contaminar a narrativa: directa ou indirectamente, distorce as relações de força, engendra pontos de fuga, e, por fim, impõe um desfecho, auxiliado (ou não) pelas circunstâncias da natureza (as chuvadas, a derrocada, o coma). A personagem aparentemente mais débil acaba, assim, por se afirmar como a mais poderosa. E é notável como Téchiné consegue articular este fulcro com episódios colaterais, frequentemente de singular beleza (a cauterização da ferida com a chave, o passeio do marido de Cécile e da irmã da companheira do filho). Longe de se dispersar em irrelevâncias, aquilo que Téchiné faz é oferecer-nos blocos narrativos em movimento centrífugo relativamente à acção principal, subitamente válidos e intensos por si mesmos, na sua trivialidade. Haverá vida depois do milagre, depois de Antoine acabar ganhando a sua aposta louca de recuperar Cécile. "Os tempos que mudam" acabam por se assemelhar estranhamente aos primórdios de uma paixão que se julgava, mais do que extinta, marginalizada pela memória. A arte da Téchiné é uma arte de filmar à flor da pele, com um imediatismo feito de epifanias minúsculas e nervosas; mas é também uma arte do argumento, burilada ao longo de uma carreira já longa, e que vai muito além de um mero desenrolar eficaz de um enredo. Em "Les Temps Qui Changent", ao dar mostras de uma soberba maturidade que admite questionamento constante de processos e modos de operar, Téchiné oferece o seu filme mais conseguido desde as suas anteriores colaborações com Deneuve em "Ma Saison Préférée" e "Les Voleurs". (Uma derradeira palavra para exaltar o trabalho de Depardieu, magnífico no seu desespero contido, inigualável no seu talento de traduzir o desiderato inverosímil da sua personagem em gestos e posturas de convenção e resignação. Para mim, ele é o maior actor da história do cinema francês, juntamente com Michel Simon. Só é de lamentar que disperse tão amiúde as suas capacidades em filmes menoríssimos.)

sábado, março 05, 2005

A MARCA CERTA: Numa das últimas sessões do concurso "O Preço Certo em Euros", um dos prémios anunciados era um leitor de DVD de marca Sony. Todavia, no aparelho em questão, lia-se distintamente a palavra "Toshiba". Esta discrepância pode parecer de somenos importância, mas o cidadão alerta não deve discriminar as pequenas das grandes coisas. Um estado de vigilância permanente é incumbência de todos. Ego vir videns, eu sou um homem que vê ("Lamentações de Jeremias", 3, 1).
LIDO NO "DN" DE 21/2: Em declarações recentes, a actriz Jennifer Beals defendeu que «Discriminar alguém por amar outra pessoa do mesmo sexo parece-me absurdo». E ainda: «Fico chocada com o facto de os casamentos homossexuais serem sempre um grande caso». Nos tempos que correm, todas as vozes que contribuam para derrubar os preconceitos dirigidos contra as orientações sexuais alternativas são bem-vindas. Para as gentes mais moças, refira-se que Jennifer Beals ficou conhecida por protagonizar o grande êxito dos anos 80 "Flashdance". Contudo, atrevo-me a vaticinar que as gerações cinéfilas futuras a recordarão essencialmente pela sua mítica aparição no filme "Caro Diario", de Nanni Moretti. Michèle Apicella (Moretti) acaba de se lamentar por nunca ter aprendido a dançar, e confessa que Jennifer Beals é um dos seus ídolos, e eis senão quando avista a própria Jennifer numa rua de Roma. «Off... vuol dire... Strano. Particolare. Verso il pazzo, ma non ancora.»

quinta-feira, março 03, 2005

O QUE HÁ NUM NOME?: Escreve Gertrude Stein, em "The Coming of the Americans": «(...) after every war when I talk and listen to all our army, it feels like that too, the thing I like most are the names of all the states of the United States. They make music and they are poetry, you do not have to recite them all but you just say any one two three four or five of them and you will see they make music and they make poetry.» Não podia ser mais solidário com este fascínio por nomes de lugar. Por aquilo que evocam, pelas promessas que os detalhes da sua fonética e da sua grafia contêm. Pronunciar um nome é trazê-lo para a vida, integrá-lo em frases é oferecer-lhe os prodígios da sintaxe para ocupar o seu lugar nos anseios e aspirações dos viajantes frustrados. Um nome de lugar é um nome repleto: de informação, de construções imaginárias, de um percurso pessoal que difere de pessoa para pessoa. É quando neles coexistem a realidade física, verificável, e a efabulação solitária de um visitante potencial, que o nome de lugar alcança a sua condição mais fascinante. Gertrude Stein tem, obviamente, um precursor ilustre. O que se segue é um excerto de Marcel Proust ("Nom de Pays: le Nom", "Du Côté de Chez Swann", "À la Recherche du Temps Perdu"): «(...) de même la production de ces rêves d'Atlantique et d'Italie cessa d'être soumise uniquement aux changements des saisons et du temps. Je n'eus besoin pour les faire renaître que de prononcer ces noms: Balbec, Venise, Florence, dans l'intérieur desquels avait fini par s'accumuler le désir que m'avaient inspiré les lieux qu'ils désignaient. Même au printemps, trouver dans un livre le nom de Balbec suffisait à réveiller en moi le désir des tempêtes et du gothique normand; même par un jour de tempête le nom de Florence ou de Venise me donnait le désir du soleil, des lys, du palais des Doges et de Sainte-Marie-des-Fleurs.»
SEM TIRAR NEM PÔR: O tom adoptado neste blog tem vindo a pender, com muita frequência, para a sátira, para a vinheta bem-humorada, mais ou menos jocosa, para o enésimo grau da ironia. De quando em vez, surge a necessidade de arrumar a um canto as máquinas de fumo, os prismas e filtros, as mascarilhas e os adereços. De vez em quando, impõe-se a urgência de dizer as coisas como elas são. A sério. Sem outra preocupação que não seja a de transmitir convicções. E os dois anos deste blog são pretexto tão bom como qualquer outro. Aqui vai. Vou numerar os parágrafos. Acho que é assim que estas coisas se fazem. 1 - Este blog nasceu de um insulto, e nem por um único momento, nem por uma única linha, isso foi esquecido. Não é de agora a suspeita de que o ódio é o mais potente de todos os impulsos. Fiquei a saber que é também o mais duradouro. 2 - Este blog representa um esforço de conciliação entre a faceta pública e a faceta privada, esforço esse que passa por forçar a coabitação entre essas mesmas facetas, para melhor pôr a nu as diferenças de natureza, e assim promover uma separação de águas mais eficaz, indolor e permanente. Os episódios de promiscuidade não ultrapassam a dimensão de escaramuças. No teatrinho de fantoches, emulam a luta real, com uma graça enternecedora que é também pedagógica. 3 - Este blog fundou-se sobre a certeza de que existe uma maneira moralmente acertada de beber um copo de água, descascar uma maçã, etc. Ou melhor: fundou-se sobre a convicção de que se deve agir como se essa certeza existisse. 4 - Este blog aniquilar-se-ia (sem um suspiro) se não fosse a persuasão de que a pergunta "como viver bem?", mais do que uma pergunta importante, é a única pergunta. 5 - Este blog existe porque existe a esperança de que a arte, os livros, filmes, quadros, sejam dotados de um poder resgatador, de magnitude suficiente para dispensar questões sobre o que há para resgatar. O gesto artístico é uma singularidade irredutível às convulsões da vida; mas a arte está na vida, e declina-se em vivências que os nossos quotidianos acolhem. Eis o paradoxo. Perante uma obra de arte, quem dela frui tem todos os deveres, e nenhum direito; reduz-se à humildade absoluta, ainda que sem abjecção («(...)avec combien peu d'abjection s'égale-t-il [le chrétien] aux vers de la terre!», Pascal, "Pensées"). Mas não abdica por isso da sua condição de cidadão, livre e com direitos. Eis o paradoxo. 6 - É tudo.

quarta-feira, março 02, 2005

SAÚDA-SE...: ...o jornal "Público", devido à cobertura diária do torneio de xadrez de Linares.
TABELA DE COZEDURA: Num cartão publicitário de empresa de alumínios que aterrou na minha caixa de correio, uma útil tabela indica-nos os tempos de cozedura de diversas variedades de marisco. De entre a sapateira média, santola média, lagostim médio, camarão médio, navalheira, percebe, burrié, búzio, canilhas, caranguejo médio, caranguejo grande, lagosta média e lavagante médio os campeões são estes dois últimos, com 20 minutos de cozedura. Em contrapartida, o lagostim médio não requer mais do que um minuto e meio na água fervente e salgada. Fica-se também a saber que uma colher de sopa rasa de sal equivale a 15 gramas. Que saudades que eu tenho do boletim da paróquia de Santa Joana Princesa.
KLEIST NO CINEMA, VERSÃO FAIT-DIVERS: No filme "O Casamento de Maria Braun", de Fassbinder, a personagem de Hanna Schygulla recusa, no mercado negro, um volume de obras de Kleist, sob o pretexto de que um livro arde mais rapidamente do que a madeira. Em tempos de ressaca da segunda guerra mundial, as qualidades combustíveis ganhavam precedência sobre a valia literária.

terça-feira, março 01, 2005

M IS FOR MOZART: « Mozart menino magicava melopeias, maravilhando monarcas, marquesas, marqueses. Mozart maduro matava memórias malditas, musicando motivos matreiros.» (continua...) Assinalável, a aliterativa alusão ao adorado artista austríaco Amadeus. No blog Digitalis.
GODARD ENCONTRA PASCAL: «Si nous rêvions toutes les nuits la même chose, elle nous affecterait autant que les objets que nous voyons tous les jours. Et si un artisan était sûr de rêver toutes les nuits, douze heures durant, qu'il est roi, je crois qu'il serait presque aussi heureux qu'un roi qui rêverait toutes les nuits, douze heures durant, qu'il serait artisan.» (Blaise Pascal, "Pensées") «Frantz pense à tout et à rien. Il ne sait pas si c'est le monde qui est en train de devenir rêve ou le rêve, monde.» (Voz de Jean-Luc Godard, no filme "Bande à Part", a propósito da personagem de Sami Frey.) Gosto de imaginar que as fantasias pascalianas de Frantz tiveram como origem um livro de bolso comprado num bouquiniste nas margens do Sena, lido em diagonal num banco de esplanada de um café de Saint-Michel, mal assimilado devido às derivas constantes do seu pensamento, em torno de algumas ideias fixas: conquistar a Odile de Anna Karina, roubar um milhão, fugir para a América do Sul.
DEMAGOGIA CRISTÃ: Numa tirada que deveria passar a constar dos anais do disparate, do despeito e do mau perder, Paulo Portas afirmou que Portugal é o único país do mundo em que "os trotskistas estão apenas a um por cento da democracia cristã". A afirmação é bem menos ousada do que aparenta ser. A democracia cristã é uma aberração com uma implantação que está longe de ser mundial, uma amálgama destituída de sentido e de propósito, a não ser o de servir de cavalo de Tróia para a imisção da religião na esfera política. Em França, por exemplo, o trotskismo tem até maior expressão eleitoral do que a democracia cristã, pela simples razão de que esta não existe. E assim é que está certo. Mas talvez Paulo Portas exclua automaticamente a França do cortejo das nações livres, sem sentir a necessidade de o frisar nos seus discursos.
MAIS UMA ELIPSE TRANSLATIVA TERRESTRE: Este blog cumpre hoje dois anos. Quando lançámos este projecto singularmente colectivo, eu ignorava se duraria dois meses ou trinta anos. A segunda hipótese, contra toda a verosimilhança e o bom senso, está agora apenas a 28 anos de se transformar em realidade, em verde e garbosa realidade. E tudo isto graças a quem? A vocês, leitores, a quem mais!? É por vós todos que este coração empedernido, outrora incapaz de latejar, lateja.