segunda-feira, novembro 30, 2009
LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS: Este blog não se compadece com a facilidade, e é apenas por esse motivo que não costumamos assinalar avistamentos de leitores na Fnac. Mas há situações em que abrir uma excepção é um imperativo moral. Na Fnac do Vasco da Gama, um jovem munido de leitor MP3 lia "Portnoy's Complaint", de Philip Roth (o tal que só ganhará o prémio Nobel em 2119). E ria-se com gosto, de vez em quando.
PLEC = PROCESSO DE LEITURA EM CURSO:
Depois de "Jacobo e outras histórias", de Teresa Veiga, "Venâncio e outras histórias", de Joaquim Paço d'Arcos. É o segundo livro com um título da forma "[nome próprio masculino] e outras histórias" que eu leio num curto espaço de tempo. Alguém me saberá recomendar outro livro cujo título respeite este requisito formal?
REFERENDE-SE: Proponho que se leve a referendo o dogma da Santíssima Trindade. Está na altura de o povo se manifestar sobre esta questão, cuja importância ninguém de bom senso se lembrará de contestar. Não tenhamos medo de ouvir a voz dos cidadãos. O debate aprofundado que este dogma merece ainda está por realizar.
segunda-feira, novembro 23, 2009
BLUFFER SINCERO: Quando estou a assistir a uma sessão do concurso "Jogo Duplo", é comum recordar-me de uma frase pronunciada pelo extraordinário Serge Renko no extraordinário "Triple Agent" (Éric Rohmer).
«Por vezes, é mais inteligente dizer a verdade do que mentir, porque os outros não acreditam em ti.»
PLEC = PROCESSO DE LEITURA EM CURSO:
Não é de hoje o meu fascínio pelo matemático amador indiano Srinivasa Ramanujan, revelado ao Ocidente pelo ilustre G.H. Hardy. Fiquei contente ao saber que David Leavitt escrevera um romance baseado no encontro improvável entre estes dois homens. Comprei o livro, e agora estou a lê-lo. O facto de se passar em Cambridge é um bónus bem-vindo.
segunda-feira, novembro 09, 2009
LONGE DO ESTORIL: O que me faz lamentar estar a perder o festival de cinema do Estoril é, mais do que Juliette Binoche, David Byrne ou Francis Ford Coppola (e eu admiro-os a todos), a presença na selecção oficial de "Le Roi de l'Évasion", de Alain Guiraudie. Sou grande admirador deste realizador, sobretudo do sublime "Pas de Repos pour les Braves" e da fabulosa média metragem "Du Soleil pour les Gueux". Ao penúltimo filme de Guiraudie, "Voici Venu le Temps", não foi dada oportunidade nas salas portuguesas. Quem sabe quando, ou (suspiro) se, terei oportunidade de assistir a este "Le Roi de l'Évasion"? Dá vontade de ir ali ao Cais do Sodré apanhar o comboio.
OS ABISMOS DE SODOMA, VERSÃO SARAIVA:
«Contava-me uma empregada minha que numa casa onde em tempos trabalhou havia um menino que só gostava de brincar com bonecas, tachos e panelas. A minha empregada começou a achar aquilo estranho. E a verdade é que, na saída da adolescência, o menino revelou a sua inclinação homossexual. Este caso deverá ser extremo, mas não há dúvida de que em certas pessoas a inversão sexual se manifesta muito cedo.»
José António Saraiva é, em Portugal, o expoente supremo da comicidade involuntária - e não por falta de concorrência. Nesta sua peça sobre o casamento homossexual, o que mais impressiona é o contraste entre a pose de quem escreve, entre oráculo e compenetrado árbitro de costumes, e a atroz banalidade das opiniões que exprime. Prosa como esta constitui um poderoso argumento contra o referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, talvez mais eficaz ainda do que o elementar bom senso. A haver um referendo, a haver o tal debate, certamente muito "amplo", muito "alargado" e muito "profundo", o tal debate que se estende há anos mas que alguns insistem em enriquecer com mais achegas e rotações de manivela, argumentação como esta (talvez um pouco menos trôpega) encheria jornais, blogs e prós e contras, durante semanas. Não se deve abusar dos pontapés na nossa sanidade colectiva.
sábado, novembro 07, 2009
PRÉMIOS: O prémio Booker foi atribuído a Hilary Mantel ("Wolf Hall"), o Goncourt a Marie NDiaye ("Trois Femmes Puissantes") e o Nobel a Herta Müller. É a primeira vez que estes três prémios são entregues, no mesmo ano, a mulheres. O único ano em que o Booker e o Goncourt tinham sido ambos atribuídos a mulheres, até hoje, tinha sido 1984 (Anita Brookner, "Hotel du Lac", e Marguerite Duras, "L'Amant").
segunda-feira, novembro 02, 2009
LANÇAMENTO: A antologia luso-brasileira "Um Rio de Contos" (Editorial Tágide) será lançada amanhã, 3 de Novembro, terça-feira, às 18h30, no Espaço Machado de Assis (Avenida da Liberdade, 180-A, 10º andar). A obra será apresentada pelo Embaixador Lauro Moreira e pelo escritor Miguel Real.
Participo nesta antologia com um conto cuja acção se desenrola nas margens do garboso rio Guadiana.
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