domingo, fevereiro 22, 2015

FILMES DE 2014

Top 5 dos filmes vistos em sala em 2014. (Porquê 5? Nenhum motivo.) Omissões não significam necessariamente que não gostei, podem querer dizer que não vi (por exemplo, falhei "Cavalo Dinheiro").

A ordem é arbitrária.

"Her", Spike Jonze. (It grew on me. Muito mais ousado e poderoso do que pode parecer à primeira vista.)

"História da Minha Morte", Albert Serra. (Convoluído, misterioso e orgânico, tal como eu gosto.)

"Only Lovers Left Alive", Jim Jarmusch. (Um valor seguro.)

"La Jalousie", Philippe Garrel. (Outro valor seguro, tão incapaz de fazer um filme mau ou medíocre como Jarmusch.)



"Aimer, Boire et Chanter", Alain Resnais. (Entraria nesta lista de qualquer maneira, como obra de despedida de um dos maiores de sempre. Tratar-se de um filme sublime também vem a calhar.)



E AINDA: "Jeune & Jolie" (François Ozon), "A Vida Invisível" (Vítor Gonçalves), "João Bénard da Costa - outros amarão as coisas que eu amei" (Manuel Mozos), "20,000 Days on Earth" (Iain Forsyth e Jane Pollard), "Saint Laurent" (Bertrand Bonello), "Mr Turner" (Mike Leigh).

sábado, fevereiro 14, 2015

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Sentado a uma mesa, no Centro Comercial Colombo, um leitor lia "Os Demónios" de Dostoievski. Fica no ar a dúvida sobre se esta é a leitura ideal para o Dia de São Valentim.

terça-feira, fevereiro 10, 2015

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

PARA ALÉM DO FOLCLORE

Para quem não se satisfaça com o folclore (ah!, as gravatas e a sua ruidosa ausência), existem obviamente muitas fontes para acompanhar e compreender a situação grega. Não estou a pensar na imprensa tradicional, nem no Facebook, nem (deixem-me rir) no Twitter. Estou a pensar nos bons, velhos e negligenciados blogs. Por exemplo: este, este e este. Não concordo com tudo mas admiro a profundidade em tempos de falta dela.

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

HISTÓRIAS DE EMBALAR

Assistir às reacções à vitória do Syriza nas eleições gregas tem sido das coisas que mais me tem divertido nos últimos tempos. A sofreguidão com que certos comentadores e certa imprensa descobrem os argumentos mais inverosímeis para exprimir o seu cepticismo chega a ser comovente. Ele é porque se aliaram à direita nacionalista, ele é porque não há mulheres entre os ministros do novo governo, ele é porque Tsipras não usa gravata e Varoufakis usa a camisa por fora das calças (sinal inequívoco de incompetência financeira, ao contrário de Vítor Gaspar, um exemplo de compostura que... esperem - péssimo exemplo), ele é porque são radicais, ele é porque já moderaram as suas opiniões, ele é porque não querem que o financiamento aos bancos gregos seja suspenso (como se pessoas de esquerda, ainda por cima radical, se interessassem pela sorte dos malandros dos bancos!), ele é porque afinal já não querem o "haircut" e pedem apenas um pagamento da dívida a ritmo mais moderado... Abriu a caça ao disparate. Mais do que qualquer outra coisa, este espernear sugere-me que alguma coisa poderá estar prestes a mudar na Europa - para melhor.

Pedro Passos Coelho faz parte dos valorosos caçadores que gastam as suas munições, um pouco à toa, contra um inimigo que manifestamente não conhecem. No rescaldo imediato das eleições, veio qualificar as ideias políticas do Syriza de "histórias de crianças". Seja. Aliás, os tempos que correm são fartos em contos de embalar que farão certamente as delícias da petizada nas próximas gerações. É fácil visualizar os pais e avós vindouros a contar aos seus filhos e netos a história da austeridade expansionista, a história da redução obsessiva dos custos do trabalho e o conto medonho e aterrorizador das reformas estruturais,