quinta-feira, agosto 31, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
sábado, agosto 26, 2006
quarta-feira, agosto 23, 2006
Termino com uma mensagem subliminar: ide todos ao King ver o filme de Garrel! (E depois ao Porto, quando ele estrear lá.)
(Ver ainda este artigo de João Lopes sobre a exposição Godard no Centro Pompidou.)
segunda-feira, agosto 21, 2006
sábado, agosto 19, 2006
- À minha pergunta ("seria legítimo/aceitável que uma nação respondesse a uma escaramuça de fronteira (acto de guerra) com um bombardeamento maciço (outro acto de guerra) que dizimasse, digamos, 10 % da população da nação agressora?"), respondeu que sim. Registo. Eu acho que não. Tenho para mim que uma discussão entre duas pessoas razoáveis deve idealmente conduzir ou a uma convergência de pontos de vista ou a uma incompatibilidade de princípios insanável. Parece-me verificar-se este último caso. (Quanto ao resto, nomeadamente esse tremendo disparate de eu ver o Hezbollah como "uma organização preocupadíssima com os libaneses, com as mulheres e as crianças", sugiro-lhe que tenha mais cuidado antes de desvirtuar as palavras alheias. A ligeireza estival não justifica tudo.)
- Diz que "os crimes de guerra são julgados sempre pelos vencedores e têm muito que se lhe diga". É um argumento que tem pernas para andar. Mas que está longe de ter alcance universal. Para citar apenas um exemplo: antes de morrer, Slobodan Milosevic estava a ser julgado pelo Tribunal Internacional para a Antiga Jugoslávia, um organismo da ONU independente, como é óbvio, de qualquer um dos contendores da guerra dos Balcãs. O que me parece indiscutível é que, contrariando a tese da arbitrariedade e desproporcionalidade intrínsecas da guerra (que repete, como credo pessoal, em vez de a fundamentar), o conceito de crime de guerra tem ganho raízes, nas altas instâncias internacionais assim como na opinião pública. E se isso sucede, é porque há muita gente que não pensa como você (ver ponto 1, supra). E ainda bem, acrescento eu.
Concluído este refrescante intercâmbio de opiniões, despeço-me. Faz-se tarde, e gostaria de acresecentar algumas estrofes à minha cantata em louvor a Che Guevara, antes da hora de jantar.
sexta-feira, agosto 18, 2006
(Nossa Senhora e o menino com dois anjos)
...Cranach, não sei se o velho ou o jovem, Waterhouse e novamente Freud), Dan Franck (Soutine), Bernard Kouchner (Uccello e Cézanne), Eddy Mitchell (Norman Rockwell e um certo "Remington" que presumo tratar-se de Frederic Sackrider Remington). A escolha de Emir Kusturica é, no mínimo, óbvia: Marc Chagall. André Glucksmann e Jean-Claude Carrière denunciam tendências primitivistas, ao citar os pintores das cavernas (Glucksmann especifica "os de Lascaux"). Sylvie Testud, sem particularizar, demonstra preferência pelos fauvistas. Aprecio sobremaneira a referência a Vuillard feita por Philippe Noiret.

(L'Armoire à Linge, c. 1894-95)
A resposta mais desconcertante é a de Petula Clark. A cançonetista, para além do Picasso "de início de carreira", menciona Kandinsky "a meio da carreira" e a sua segunda filha Kate Wolf, que eu não faço a mínima ideia de quem seja. Custou-me verificar que, das respostas que consultei (não foram todas), apenas a actriz Elsa Zylberstein e a cantora lírica Barbara Hendricks referiram Edgar Degas, talvez o meu pintor preferido de todos os tempos.
quinta-feira, agosto 17, 2006
quarta-feira, agosto 16, 2006
terça-feira, agosto 15, 2006
- La Cicatrice Intérieure (1970)
- Les Hautes Solitudes (1974)
- Un Ange Passe (1975)
- Le Bleu des Origines (1978)
- Liberté la Nuit (1983)
- Elle A Passé Tant d'Heures Sous les Sunlights (1984)
- Les Baisers de Secours (1989)
- J'Entends Plus la Guitare (1991)
- Sauvage Innocence (2001)
sábado, agosto 12, 2006
quinta-feira, agosto 10, 2006
Não é claro se as telas de João Queiroz representam paisagens reais. O que é certo é que o observador não poderá deixar de nelas reconhecer arquétipos, facilmente identificáveis, de paisagens clássicas, directamente saídas da tradição ocidental. Contudo, esses "arquétipos", à base de pinceladas vigorosas e de superfícies claramente delimitadas, contêm detalhes, peculiaridades, acidentes (na dupla acepção que esta palavra admite). Estes pormenores individualizam cada tela, resgatam-na à condição de mero tributo ou evocação. Ao mesmo tempo, representam um
pormenor plausível de uma paisagem (escarpa, tufo de vegetação, depressão...) e significam esse mesmo pormenor, conferindo à obra um aspecto duplo de figuração e conceptualização, que se potenciam mutuamente de forma subtil.
Num ensaio notável que acompanha a exposição, Jorge Molder escreve: «Mas as paisagens de João Queiroz trazem consigo uma inegável fascinação, embora não saibamos de onde vêm ou mesmo se vêm de um sítio que de facto exista, embora desconheçamos a relação que o artista tem com a natureza e mesmo que a nossa relação com a natureza não seja um aspecto relevante para a visão do mundo com que aí nos deparamos.
Elas irradiam esse poder atractivo, mesmo que todos os pressupostos e hipóteses atrás arrolados possam ou não verificar-se.»
Chama-se isto pôr o dedo na ferida. Os quadros de João Queiroz provocam uma atracção e sedução poderosas, que não elidem, antes transmitem maior força e acutilância às questões que a abordagem do artista suscita. Dois ingredientes que não podem faltar à grande pintura são: um comprometimento artístico que se traduza num esforço consequente e sério, por um lado, e a exploração das ideias e aporias contemporâneas ao artista. O primeiro aspecto é frequentemente menosprezado por uma arte contemporânea demasiado intoxicada por inebriantes vapores conceptuais. João Queiroz demonstra aqui que a sua arte contém estas duas vertentes.
(No Centro de Arte Moderna, até 30 de Setembro.)
- Se, como insiste em dizer, a guerra é "em si desproporcionada", seria legítimo/aceitável que uma nação respondesse a uma escaramuça de fronteira (acto de guerra) com um bombardeamento maciço (outro acto de guerra) que dizimasse, digamos, 10 % da população da nação agressora?
- E se a guerra é "em si desproporcionada", como se explica que a noção de crime de guerra, em vez de ter caído na obsolescência, esteja hoje mais enraizada do que nunca na opinião pública e na legislação internacional?
Isto, claro, supondo que o objectivo aqui é a argumentação e a contra-argumentação. Caso contrário, sempre nos podemos rir um bocado com chistes sobre piscinas.
quarta-feira, agosto 09, 2006
terça-feira, agosto 08, 2006
segunda-feira, agosto 07, 2006
quinta-feira, agosto 03, 2006
terça-feira, agosto 01, 2006
A autora do blog Bomba Inteligente chama "bronco" e "animal" a Zinédine Zidane por este ter respondido com uma agressão física aos insultos de Marco Materazzi. Alguns posts mais tarde, indigna-se contra aqueles que falam em proporcionalidade para pôr em causa a amplitude da resposta israelita às provocações do Hezbollah, e que se sentem chocados por o rapto de dois soldados ter suscitado uma ofensiva que já causou centenas de mortos civis e muitas dezenas de milhares de deslocados.
Assinalo, e deixo ao soberano critério do leitor decidir se tal é relevante ou não. Dir-se-ia que a proporcionalidade é válida quando se trata de zaragatas num recinto desportivo, mas deixa de o ser quando vidas humanas estão envolvidas.