sexta-feira, abril 26, 2013

quinta-feira, abril 25, 2013

INICIAL, INTEIRO, LIMPO

Ano após ano, fascina-me ir descobrindo as novas estratégias que certos sectores põem em prática para relativizar, apoucar, ignorar ou contestar o significado deste dia. E porém o significado e a memória perduram, tão mais fortes e nítidos do que tudo o resto.


segunda-feira, abril 22, 2013

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Na Cinemateca, uma leitora lia os "Diários" de Al Berto. Nada como um bom livro imediatamente antes de um filme. Ou depois.

sexta-feira, abril 19, 2013

terça-feira, abril 16, 2013

CONTUMÁCIA

Com um intervalo de vários anos, comprei um postal do mesmo quadro de Degas na Courtauld Gallery, Londres. É este:


"Mulher à Janela", 1872.

Não sei se esta constância de gostos deve ser para mim motivo de embaraço ou de regozijo.

Há uma história, associada a este quadro, que pode ter contribuído para este impulso repetido. O quadro foi pintado durante o cerco prussiano a Paris, que trouxe consigo a fome e as privações de toda a espécie. A mulher que posou foi remunerada com um pedaço de carne crua que ela, esfomeada, devorou imediatamente.

«Figure and setting seem, like something found by chance, an unposed vignette, which the artist perhaps saw in passing, out of the corner of his eye, and which he must have registered later in the studio, using quick touches of oil paint on paper. But this is inaccurate. The picture was preconceived, and a model obtained. And Degas deliberately set out to experiment with "essence", which involves draining paint of its oil and thinning it instead with turpentine. So the informality, as always in Degas's paintings, is calculated.» (Frances Spalding)



quinta-feira, abril 11, 2013

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Na plataforma do metro da estação Campo Grande (linha verde, sentido Cais do Sodré), um leitor lia um livro de Mo Yan. Sim, era esse mesmo, o mais-que-mítico "Peito Grande, Ancas Largas". O que terá despertado o interesse deste leitor? O prestígio do prémio Nobel? O título, tão subtilmente sugestivo? Nunca o saberemos. Em todo o caso, a linha verde continua a dar cartas.

segunda-feira, abril 08, 2013

CONSTITUIÇÃO

Nestes tempos (que tempos!) em que se insultam órgãos de soberania com a mesma ligeireza com que se esborracha um mosquito, certas imagens valem mais do que mil palavras, um milhão de comentários, um bilião de narrativas:



Sim, a Constituição da República. A maior força de bloqueio que existe, segundo alguns (numerosos, barulhentos); o mais nefasto dos empecilhos.

DIAS DO LEITOR

Nasceu há poucos dias, mas torna-se desde já abundantemente óbvio que se irá transformar em ponto de paragem obrigatório.

sexta-feira, abril 05, 2013

LONDRES

O favorito Magnus Carlsen ganhou o torneio dos candidatos de Londres e o direito a desafiar o campeão do mundo, Viswanathan Anand, mas as vias do seu triunfo foram tortuosas. Em igualdade pontual com Vladimir Kramnik à entrada da última ronda, Carlsen beneficiava de um melhor coeficiente de desempate, bastando-lhe por isso fazer tão bem como o seu adversário directo. O desfecho foi impróprio para cardíacos: Carlsen, que defrontava Peter Svidler com brancas, perdeu o controlo do jogo e acabou derrotado. Felizmente para ele, Kramnik, jogando de negras contra Vassily Ivanchuk, hesitou demasiado entre jogar para a vitória ou para o empate e acabou com uma posição desesperada, acabando por desistir.


Carlsen (esquerda) perdeu o jogo mas ganhou o torneio. Fotografia retirada daqui.

O embate Anand-Carlsen será uma coisa digna de se ver. Mal posso esperar.

Por coincidência, estive em Londres durante a recta final do torneio. Não fui assistir a este pedaço de história do xadrez por duas razões fundamentais. A primeira esteve relacionada com o preço dos bilhetes de ingresso (a rondar as 30 libras, pelo que me constou). A segunda razão, muito mais importante, foi a existência de coisas bem mais produtivas e interessantes para fazer, como por exemplo esta:

Rembrandt, "Titus, the Artist's son", c. 1657. Visto na Wallace Collection.

segunda-feira, abril 01, 2013

LEITURAS EM LUGARES PÚBLICOS

Um vigilante de uma das salas da colecção Wallace (Londres), tranquilamente instalado na sua cadeira, lia a peça "Timon of Athens". Estava a começar o 3º acto. Por um lado, é obviamente de louvar. Por outro lado, impõe-se a dúvida: em caso de pulsão vandalizadora por parte de um qualquer visitante, será que o tempo de reacção de alguém que está imerso numa tragédia shakespeareana será suficiente para salvar a integridade da obra de arte?